sábado, 23 de novembro de 2019

CASA DE PAPEL


Para que sorrir da dor se ela permanece alado;
Nos lados das fotos de cada retrato dependurado;
Em paredes de hortelã, vestidas de organdi;
Mofadas pelo tempo da partida que foi-se alado...

Seria eu um tolo, louco! moribundo! Sei lá...
Um desfundo morto na vida sã, claudica?
Pelos corredores do passar em teias de fios bordados;
Entre lágrimas suadas em tom de de ironia pelo papel manchado...

Deixe-me falar da beleza em quatros pintados;
Armaduras fechadas em chave escuras para o sol entrar;
E dentro poder brilhar em festa de cores frias.

Sou eu a mesma pessoa que fui em mudanças;
Para sentir o luzir em espelhos refletidos nas portas;
Em janelas, telhados, vidros, um não importa.

Sérgio Gaiafi

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