quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O SERTANEJO

O SERTANEJO

Muitas das vezes perco-me nos atalhos da vida em histórias;
E tento encontrar um caminho para compreender a sabedoria;
E sinto-me esquisito quando o vácuo chão se abre na escuridão do sertão;
Surgimento do nada num buraco  de areia e terra batida, talhado pelo sol...
Esculpida na vastidão do pó seco, sem grãos de sementes, sem água límpida, só barrenta!
um nome surge apagado na lápide da caatinga;
Com o carcará a pedir comida em pleno meio-dia de dura fome e dor;
Ao rezar uma Ave-Maria na vida em morte e pela agonia passadas em vistos voos...
São sete palmos de terra com formiga até chegar no adeus já dito;
E o raio silente, calado, não diz, queima até rachar o corpo redito;
E o suor pinga salgado e mostra folhas secas de morte com o vento...
Que nem o rio seco nem matando de calar os que gritam pelo defunto no relento;
E eu distante vendo, pensante, buscando sair desse achado,;

Caminho perdido, pelo horizonte despachado;
Esperando ser abençoado pelos que não têm tempo de chorar;
Porque todos caminhos, atalhos e desgraça vista não posso ir;
Mas, posso voltar para o mesmo lugar ou posso dar adeus...
Eu, nem tão pouco pararei para pensar no dito e redito nessas léguas de atalho;
Em chão bruto em formato de espiral...
Sei, que um dia certamente descalço enrolado em  uma rede voltarei;
Para uma nova reza fazerem pela morte que se reproduz;
Com o sangue suado das benditas vidas de sofreguidão;
Numa terra de despedidas que chora por gratidão!

Sérgio Gaiafi

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Eu passeio pelo meu cérebro a graçolar em torpor sono;
E sei o quando é-me belo os labirintos que subo e desço...
E, pelas curvas, ladeiras, vales, montes e serras, vou-me...
Sabendo que não sou um condor, nem uma garça parada.

Observo telhados sobre a luz do esplendor em cor;
Nem sol, nem lua, nem tão pouco estrelas nuas, sou...
Iluminado, escurecer o colorindo as paisagens em pincéis;
Ah! o meu grito ecoa vislumbrando-se no escuro em clarão.

Sou o louco que sonha com dias melhores em vão;
Por tentar alcançar o recôndito n'alma, o pensamento...
Que deixei nos becos, portões, janelas e portas fechadas;
Nos livros e mais nada para não contar em miúdos.

Quando eu havia fechei os olhos, senti-me livre da putrefação;
E aqueles que fizeram-me triste em alegrias encontradas;
Morreram todos com flores putrificadas na terra nua;
Fazendo-me um bem danado em cantos mil...

Ah! porque é bom ter em mim o desespero sensato nas vicissitudes;
Assim, o luzir trepidantemente nos armários em espetáculos;
De cores que brilham em cada muda de vestes em mim a ruar;
Faz-me  às vezes esconder-se como uma quimera enlouquecida;
Do falso sonhar em caminhos que só sei me apaixonar;
Porque está sempre só, nunca em espera; sempre mudando-se;
Os que não dormem e vivem a maldizerem pelos feitos e festa.

Sinto-me como o louco ufanista que pensa;
Porque nunca deixar-me-ei tergiversar o eu;
Que desabrocha nos palcos em gritos meus...
Ao ler as páginas odientas do mundo cruel;
Onde roubam, matam, fustigados estão...

Eu continuarei minha caminhada pelo sono;
Onde tanta beleza não põe-se em nada por mim;
Pois, eu sei ser o que chega para alegrar-me...
Sou o vento que assombra assombros dormidos.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

UM AMOR PARA VIVER

Em pleno mar o esplendoroso sol manifesta-se em raios..
E, brilhavam no céu as cores pelo arco-íris despontando;
Com dourado em águas turvas que bailam em canto;
Para meu amor escutar o som sinfônico da paixão...

Os pássaros passavam em passeio pelo ar que ruava...
E eu sentia o mar abraçar-me em música de ondas;
Que o princípio e o fim deu-me ao velejar com intensidade;
Os mares azuis, muitas vezes verdes, sem rumo em brumas...

Nós olhávamos o sol se puser no perdido nevoeiro;
Onde ao esconderem-se nas nuvens do mar aberto;
Lembranças amáveis desabrochavam no velejar...

Estamos nos amando em um eu te amo em flor;
E assim, vivemos banhando-nos dos beijos de mel;
Deixando o tempo alcançar o horizonte em lua por nós...






domingo, 15 de dezembro de 2019

SOLIDÃO

Eu estou a pensar em fugir de mim;
Porque sofro em silêncio o amor;
E perdendo-me em carícias não há destino...
E não posso mais pisar nos espinhos;
Por que se meu destino for o sofre....?
Deixe-me-ei largado, depauperado, languido! 
Porque ficarei aqui no chão;
Por amor que cheira os vãos;
Em vidas roubadas em mim;
Despedidas de solidão.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

PROVÉRBIOS

I    DEUS

1. Deem-me o direito de eu não ser inócuo diante da criação, porque ao fazer parte dela, nada posso fazer, apenas, permitir-me está nela, e buscar o que criaram, Deus!

2. Seria eu uma pequenina fagulha em meio ao astro vislumbrante que me ilumina durante o dia? Creio que não. Estaria sempre eu num pretérito imperfeito da minha própria interpretação neste mundo de seres buliçosos, pessoas que buscam respostas em tempos e tempos...

3. Quem seria esse Deus bondoso sem princípio, sem um fim, magnânimo pelas obras que todas dizem, falam em todos os lugares silentes da vida e morte, quem o seria? 

4. No prólogo de Deus não a uma interpretação, seja ela racional ou inerente ao irracional, talvez, deva eu partir do princípio efêmero que caibo como mortal.

5. Os grandes pensadores da humanidade sempre buscaram um alento. Vultos doutos das ilusões, pensadores do caos em alívio perpétuo em um Deus, seres do ar vivificante que manifesta-se em nós o ato de crermos nessa manifestação por sermos partes dos doutos vultos do ser humano.

6. Se ainda estamos presos nas cavernas escuras no contexto mitológico do Platão.  Por que ele nos seus escritos manifestou-se em preâmbulos de outros em cavernas escuras antes dele vivas? Esse olhar que busca paisagens para desvendar códigos, são suspeitos, passa pelos tempos idos e vindos do Deus.

7. Como o homem deve ter sido criado para conhecer e ficar exaurido do saber? Ele nessas muitas léguas pode ter se amado, recordado, lembrado, manifestado o servir aos deuses em Deus, e finalizado sua breve vontade.

8. Interessante é olharmos para o tudo em nós criado e fazermos conjecturas não duvidosas entre nós e Deus, porém, sempre perguntaremos para termos a certeza da dadiva de outros que já falamos por nós.

9. Sempre dizemos que Deus é melhor do que nós pela insegurança de não  sofrermos solitariamente.

10. Deus é bom. Ele é maravilhoso. Ele tudo sabe, fora dessa caverna e dentro dela, mesmo escura, Deus é maravilhoso e tudo criou, mistério!

11. Deus é bom e precisamos dele em nossas vidas e mortes. Ele é único em terras divididas sem respostas em perguntas, e nós somos o que precisamos olharmos a luz de fora para enxergarmos o Deus do amor...

12. Eu vivo muitas vezes das polêmicas empíricas e até do aforismo num pensar estático ou estoico de Deus em mim não resolvido.

13.  Agora que eu despeitei para o mundo da luz, pude sentir o bem e o mal, penso que achei na subjetividade da certeza ou das incertezas da minha ignorante descoberta em etapas, a verdade. E, contrariando-me, foi contraditório para mim, se outros não fizessem isso tão normal.

14. Deus é maravilhoso e devemos nos sentir felizes por isso.

15. Porque Deus é o princípio e o fim em nós revelado. Eu seu que não esqueci a morte em virtude do vivo...

16. Agora estou no cerne do diálogo discursivo, ou na dialética da maturidade humana, humanitária em todo Deus perscrutado em mim numa caverna.

17. Minha própria solidão é-me meu berço do pensar até na comunhão dos outros em Deus um delusão.

18. Falar em solidão é um sinônimo não muito bom para quem está escravizado em umas razões que ninguém as conhece além do princípio da propriedade do está sozinho.

19. Entre a opinião e a razão educar poderia ser um estado inconsciente da mente em Deus, porque se Deus nos dar discernimento porque não aproveitamos o porquê em um aforismo imperceptível. Somos a verdade bem-aventurada em um todo em arte.

20. Deus,  sendo ele o arquiteto, como sabemos? Através do todo em um inócuo nada pela nossa incapacidade de compreender o que nos foi ensinado, será? Não me atreveria tanto em voltar ao princípio desta e perguntar sobre Deus ou até tentar expressar em mim, conceitos, porque educar é formar opiniões baseado em razões.




quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

OS VIOLINOS DO AMOR

Depois das barcarolas que as enviei pelas gôndolas em mar...
Recebestes as notícias do eflúvio perfume d'amor por ti;
E tu não podes seres belicoso para com este ser que te apraz;
Porque eu sou capcioso e tu bem sabes o quanto te desejo mais...

Eu nunca te perdi pelo engodar da aparência do que sou em ti;
Porque nós somos um violino partido, que nos adstritos momentos...
Percebemos que mesmo distantes um do outro, somos o oscular...
Imagem de todas as luas que chegam e partem depois sem adeus...

Tu  sabes o quando procrastinamos nosso encontro;
Por um beijo ainda partido no exórdio das páginas;
Da nossa estória ainda contada em moinhos de vento...

Ah! Sei o quanto tu queres atravessar o mar cristalino;
Pisando as ondas quimeras em pensamentos d'amor;
Pois se sou o que tu em tinta escrevestes, vens em mar...



OS AMORES

Estás adstrito a minh'alma d'amor;
E não podes seres belicoso comigo.
Porque não sou capcioso a ti
E teu amor é vento em mim.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

LIVRE PARA VOAR

Os pássaros trouxeram as alvíssaras para mim;
E eu as recebi com amor para me alegrar pelo dia;
Porque eu estava acabrunhado, languido, enfadonho...
Com olhos marejando lágrimas que nem um riacho...

Quão feliz me senti, e logo o vento secou meu rosto;
E um sorriso de flor surgiu em meus lábios rosados;
Permitindo-me a graçolar pelas campinas de rosas;
Perfumadas pelo orvalho que circundava em manhãs...

Como eu bailava pelos nuvens perpassando em minh'alma;
Pelas asas de um condor que flutuava pela restinga nua;
Na alegria juvenilizante na minha vida livre a sorrir contente!

Cantava alegre pelo assovio das andorinha em bando;
Num céu límpido, alvejado como as nuvens em riso;
Nos raios do majestoso sol  filaucioso por me iluminar.
Sérgio Gaiafi

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

A ESCADA INGRIME

Desisti desse mundo cruel;
Para ser-lhe fiel em ditos;
E réditos ditos em amor;
Redigidos em vão motivos...

Uns dizem-me para não deixar;
De viver no mundo da ilusão;
Porque posso viver de oração;
Em uns dias furtivos em reza. esperar...

Oh! meu abrigo é-me o navegar em silêncio;
Em rumo aos destino perdidos em almas d'amor;
Sento, Cálidas! Pálidas! Vividas em mim...Metades!

Sou eu, folhas de tempos em lembranças...
Idiossincráticas em nós o ser arcabuzado
No escuro d'almas em fuga  pelas mares...


domingo, 24 de novembro de 2019

AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO

   Geralmente muitas pessoas vivem no universo onírico  porque elas se permitem e submetem-se ao que lhes são imposta pela outras pessoas em detrimento ao mesmo nível de senso comum que as fustigam diante do todo coletivo, porque elas corroboram, sem perceberem que estão deixando-se manipular por essa coletividade pluralizada no discurso dialético do ser comum igualitária no que cerne ao intelecto. E, conscientemente ou inconscientemente, diante das opiniões comuns, alheias, elas lutam umas contra as outras como animais irracionais, para alcançarem o ponto máximo da imaginação lúdica da sua própria fantasia entre o certo e o errado, bem e mal e, bom e mau. Só que não é uma condição de si próprias, apenas são reflexos paradoxais da sociedade na qual elas, pessoas, seres humanos, encontram-se inseridas diante desta sócio-coletividade, caótica à beirar ao caos, numa contextualidade que muitos desfaz com sabedoria e outros vivem por desenformação.

Qualquer pessoa com o raciocínio lógico ou até mesmo fugindo de si mesmas, possui dentro de si própria, seus valores negativos e positivos, porque elas vivem diante da idiossincrasia da vida, pois, a peculiaridade de uma pessoa racional ou pseudo racional como terminologia de diferenciação sócio-político-educacional, independentemente aos valores perpassados pelo senso comum desde a base familiar e sua liberdade de pensar influenciada ou não, independe de sua evolução intrínseca, porque dentro do contexto paradoxal elas possuem características peculiares diante da sociedade ou grupo que seletivamente vivem da ética e moral, mesmo que elas julguem-se igualitariamente ao seu semelhante no amar ao próximo como assim mesmo.

Todo ser humano possui sua idiocrasia porque têm seus direitos no pensar livremente, porém, quando essa sociedade coletivamente sente-se ameaçada porque determinado indivíduo não corrobora com o senso comum, logo este 'oponente' encontra-se no oposto do que venha à ser um verdade ética e moral, então, o opróbrio da coletividade é tido como objeta não correspondente. E, sendo assim, os valores éticos e morais tentam execrar o individuo por ele ser um diferencial em sua maneira de apresentar-se diante da sociedade desigual sócio-político-economicamente mesmo com seus valores intrínsecos construídos desde sua base, alicerce familiar, em seu decorrer pela independência intelectual em seus universos paradoxais de valores magnânimos. E o senso comum, coletivo, tornam-se, mostram-se em verdadeira face, um aparência de mentira ao julgar, condenar, pela mentira do amar ao próximo como assim mesmo e, diante do oprimido, tentam de maneira estúpida, alentar no desconhecido, o nada, Deus! E comentem um crime atras do outro, imperceptivelmente, em virtude de seus valores dogmatizados diante da aparente loucura de serem o que são, por enxergarem o mundo como lhes foi passado em revista, um falsa ideologia de ser, agir e pensar.

Essa coletividade mesmo sendo diferente  pelas desigualdades sócio-humanas estão perdidas na contextualidade dos fatos reais.

 Então, o descriminado, pensa sabiamente e pergunta-se numa retórica dentro de si mesmo, o solilóquio d'alma:

A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.

Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

Depois, da analise da ética e moral, o descriminado pela sociedade lorpa e pascásia por indução, não poderia julgar o pensamento diferente se não estão inseridos na contextualização da arguição em diálogo proeminente, pois, o homem que tenta subestimar em sociedade, nunca possuiu valores dos quais estão acorrentados ao sistema do querer ser igual em amor ao próximo.

sábado, 23 de novembro de 2019

SOLILÓQUIO

     O sol efêmero iluminou-me entre as sombras do meu ser tênue em busca do acalanto. Sentei-me, olhei tudo que circundava-me e parei para perceber a lua que surgia no horizonte nublado e, rezei-me só, comigo mesmo, em meio aos tantos que habitavam em mim.
     O ponto final chegou depois de um diálogo como uma pessoa que eu não conhecia e no desejo feraz de falar, mostrou-se vulnerável por inteiro, em detrimento ao mundo que criei, de sobre maneira do qual ela não criou.
     Cheguei no posto de saúde logo cedo. Pessoas procuravam serem atendidas rapidamente como formigas que trabalham o dia todo até morrerem naturalmente, numa visão hipotética de observar o nada, na minha visão paradoxal do ser e do estar. Eu havia passado uma madrugada tranquila com meus amigos de sombras, porém, não era-me o bastante para caminhar entre as pontes do meu saber...
     
  - Bom dia! - Comprimente algumas pessoas que estavam recomendo na ânsia de serem atendidas por um única pessoa. Na sala, abafada, pessoas, a enfermeira atendente tentava organizar o espaço, conseguia, eu sorria, sempre o mesmo acontecia como de geração para geração. E, para não participar do momento hilário entre o conforto desconfortante, entrei numa outra sala.

 - Olá! - Cumprimentei a auxiliar que estava com a tesoura na mão.
 - Oi! - Logo dirigiu-se com simpatia - Veio falar com a atendente do médico? Se consultar? Ele chega já! Acho! - Sorriu para mim, prosseguiu: - Já viu uma tesoura cortar tão bem?

    Eu percebi que ela fez perguntas corriqueiras, sem sentido para mim naquele momento, talvez pela angustia do dia a dia, sem perceber, humildade disfarçada.

  - Como é teu nome?
  - Sérgio. - Respondi com simpatia, ela necessitava do memento para extravasar. E a única pessoa que estava naquela sala era eu.
  - Como é seu nome? - Perguntei depois que havia estudado todos os movimentos dela e percebido a vulnerabilidade presente no templante fatigado. Comecei a conversar com ela... Ela doou-se em perguntas vazias.
  - Eu tenho uma comemoração para ir? - Entrou uma senhora na sala, ela atendeu, sua solidariedade artificial mostrou lamentável ao facilmente expor a vida daquela senhora para mim, eu não a conhecia, como também não conhecia a própria pessoa da sala. 
   - Sérgio, o médico passou agora, olha!
     Olhei o médico, charmoso, estatura média, simpático.
   - Ele deve ter uns 45 anos, - Ela logo desfrutou-se a falar do médico. - Ele é bastante jovem para a idade. Muito orgulhoso, chato! Só não pisa no chão porque não pode.
   - Eu gosto dele. - Transmiti alegremente. - Bonito! - Percebi que ela desejava mais e pus a falar e ela correspondia.
   - Estou tão cansada. Fico fazendo artesanato até tarde. Não me importo a hora que eu vou dormir. - Ela aproveitou para cometer o seu pecado capitar. - Você deveria fazer teatro? Eu acho você um artista, sabes? Até na sua maneira doce de se expressar. Você vai gostar! - Depois ela dirigiu-se para outra sala.
      Eu não respondi o que ela necessitava escultar para não alimentar o ego frágil dela, pois, eu nem sabia quem era aquela pessoa tão carente e fútil. 
      O ser humano se torna fácil quando não silencia sua vida diante dos estranhos. Eu não precisava da critica dela para poder dominar uma situação e agir em prol da inconveniência da mulher simpática.
     Prefiro minhas sombras em meio aos que vivem no furor da necessidade externa para se alcançar como imagem refletida no tempo.

ALADO

ALADO
de Sérgio Gaiafi

Minha vida devidida
Em quatro paredes nuas
Possuem estampas vazias
Onde espera as costas tuas.

Tu pintarás o véu do cair
Na calada da noite escura
Para fazer-me enredo
Até o sol raia à beira-mar.

Somos a vida louca dividindo medos
Um manto nas asas de um condor
Querendo pousar em voo, no ninho do desamor.

És miragem em nuvens perpassando estradas
Areias que encobri os tempos desesperados
Comigo a enluarar o irônico mundo do sonhar.

UMA HOMEM VESTIDO DE MAR

Mortes flores de espinhos rosa em nabo
Voando entre os espaços como os  pássaros
Ou falenas de cores sangrentas em dor castigado.

Melenas em lãs despedindo rendas
Em agulhas sanas em mente pensante
Pelo amor lambuçado de mel e sândalos.

Tenho medo da chegada do suor em meu corpo.

Cadenas mirando-me em  homens amando.



CASA DE PAPEL


Para que sorrir da dor se ela permanece alado;
Nos lados das fotos de cada retrato dependurado;
Em paredes de hortelã, vestidas de organdi;
Mofadas pelo tempo da partida que foi-se alado...

Seria eu um tolo, louco! moribundo! Sei lá...
Um desfundo morto na vida sã, claudica?
Pelos corredores do passar em teias de fios bordados;
Entre lágrimas suadas em tom de de ironia pelo papel manchado...

Deixe-me falar da beleza em quatros pintados;
Armaduras fechadas em chave escuras para o sol entrar;
E dentro poder brilhar em festa de cores frias.

Sou eu a mesma pessoa que fui em mudanças;
Para sentir o luzir em espelhos refletidos nas portas;
Em janelas, telhados, vidros, um não importa.

Sérgio Gaiafi

PAPER HOUSE

Why smile at the pain if it remains winged;
On the sides of the photos of each hung portrait;
In mint walls, dressed in organdy;
Moldy by the time of the winged match ...

I would be a fool, crazy! dying! I do not know...
A defunct dead in healthy, lameness?
Down the aisles of passing in webs of embroidered thread;
Amid sweating tears of irony at the stained paper ...

Let me speak of beauty in four painted;
Dark keyed armor for the sun to enter;
And inside it can shine in a party of cold colors.

Am I the same person I went to change;
To feel the light in mirrors reflected in the doors;
In windows, roofs, glass, one does not matter.

Sérgio Gaiafi

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

QUARTO

Que tolo fui eu em pensar que os treze passos do amor seriam etapas;
Parte da minha essência num contexto idiossincrático da vida desbotada;
Na qual estou a viver languido, depauperado num quarto escuro, só!
Céus, meus gritos são surdos em ecos desnudos por entre linhas de lã!

Quero sair desse quarto negro com minha angustia acorrentada no caos;
Pelo infortuno desespero da mórbida dor que destrói muros de areia;
Num desfalecer em chãos que tornaram-me tapetes de rosas em ilusões;
Pelo simples de não desabrochar para o sol de meio-dia, um realidade.

Sinto-me amargo pela voz da consciência gritando alado;
Fustigado melancólica música do sonoro universo partido;
Pelas frestas das janelas abertas de carnavais em lágrimas, choro!

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Lembre-se que o mundo é uma delusão nesta infinda ilusão.
Lembre-se que o mundo é uma delusão nesta infinda ilusão.
Você é sua imagem refletida na imagem que o faz ser alguém.
Eum quem sou! Um alguém, um adeus!
Talvez um mendigo em portas em vestes nuas,
Você é sua imagem refletida na imagem que o faz ser alguém.
Eum quem sou! Um alguém, um adeus!
Talvez um mendigo em portas em vestes nuas,

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

ILUSÃO

Conheça o universo d'alma;
Seja o mundo das quimeras;
E não sofras por nada;
Está terra não nossa.

DELUSÃO

Para que eu ficar triste;
Morrendo por segundo;
Entristecendo-me à toa;
Porque tudo é ilusão.

O PENSAR

Percebo que pessoas são de gelo;
Que sofrem caladas quando estão evaporando...
Porque o calor derrete nas sobras das águas.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

NUNCA FUI SANTO

A navalha cortou os papéis em carne vivida;
E mostrou-se em sangue às letras do condenado...
A escrita da dor em uivos paralisado nos seus galhos;
Festejando a quimera do sofrer em piadas nuas...

Ah! Quão lastimável és tu vestido de palhaço;
Julgam-me por pérolas em asas voadoras...
Buscando em mim tua imagem em punhal enferrujado;
Para assovia em bando, pássaros voando alado...

Oh! Meu arlequim que em meio os faróis baila;
Na discreta dança das colombinas em cores frias;
Num findar de um carnaval em serpentina flor.

Sou o que dizem em ruas vazias pelas costas;
Porque a dor que sentem em prosa, são rimas...
Ourara aurora do que poderia estar por vir...


sábado, 9 de novembro de 2019

NOITE ESTRELA

Meu abando não é-me solidão;
Tristeza como pensam os lorpas...
Ah! Pascácios da vida em brasa;
Porque o universo pífio é solidão neles...

Carros passam por mim em paixão;
Eu não vivo da ilusão na delusão;
Mas a brasa dormida em chama;
Ainda aquece meu coração sorrindo...

Sou minha ferida viva em carne;
Não lembro-me dos balões coloridos de festas;
E nem gosto dos espinhos que matam flores.

De tanto amor sufoco-me em um voar livre;
E com prazer e sem dor sigo minha estrada;
Movendo-me como os raios vividos em mim.
.




CHUVA DE VENTO

Depois que eu perdi você
Não consegui encontrar-te
No vento que escondeu-te
Fazendo me lembrar de ti.

O MISTÉRIO DO AMOR

Todos sonhos estão buscando-te...
Porque estás afastado de mim;
Longe demais para eu me lembrar
Por nunca estarmos sós em mar...

Cada vento trás em chuva um alento;
Onde eu recordo sua imagem em marcas;
De um sonho a mais para retornar;
Na aurora boreal das noites de brisa...

Nossos mistérios só a árvore sabe;
Em galhos, folhar, tempo de doar....
Porque o nosso amor é eterno.

Folhas secas matam-me de amor;
E ao esperar-te sinto o gosto do beijo;
Em esconderijos dos bosques do prazer.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

EU CONFIO NOS MEUS ORIXÁS

Pela injustiça que eu fui acometido
Na hora que clamei ao pedir ajuda
Pelo falso testemunho levando à mim
Ninguém olhou para minha verdade.

Senti a escuridão assolar-me no chão
Porque todos tripudiaram sem compaixão
E o verme da maldade gerou o farto
E eu chorei espinhos nas matungada.

Tudo que eu queria era compreender
Nada foi feito por este ser em prantos
Vomitando sangue e sentindo frio
Pela desamparo que sentia n'alma.

Então, depois de tudo passado...
Minha memória ainda sofrida
Clama com todas forças
Que os eguns façam justiça
Por este ser desapontado.

Quero em reza profanar
Que os jardins ficaram escuros
O céu abrir-se-á em lágrimas
E Iansã lançará sobre acaloradora
Tempestade e relâmpagos
Xangô fara justiça com fogo de Ina
Oxalá me abençoará em seu manto
Obá causará o revolto das águas
Doces e salgadas como o solimões
E sepultará a mentira da maldade
Iemanjá mostrará a luz que me guiará
E a tormenta que afogará o mentiroso
Ogun com sua espada cortara matará
Essa mentira cometida ao meu ser
Ewá enxugará meu pranto
E fará o jardim escurecer
E nanã me tirará do sofrer
Afogando a mentirosa na lama
Oxossi dar-me o caminho
E sua flecha atingirá o meus inimigo
Escravos das lamentações...
Meu Ori será protegido
Pelos abraços Oxum
Nos lindos lagos cristalino
E Exú mostrar-me-á o caminho
Em branca paz de amor
E Omulú me irá me cobrir
Com palhas consoladora
Até os malfeitores estiverem
Sepultado em melancolia
Com suas mentiras consciente
E Ossain me dará água
Com ervas das matas de sagradas
E assim viverem mais sublime
No ilê de todos meus Orixás.




terça-feira, 29 de outubro de 2019

VESTIDO VERMELHO.

Estou agonizando nesta cidade de barro
Minhas sombras não refletidas pelo sol
Chora no leito do rio por um amor...

Estou na suave sudorese por mim em flores
E diviso por momentos neste córrego de lamentos
Recordações em orvalho fitam-se em mim um sorriso...


Ah! que tristes momentos passo neste chão duro.

Flores abrem-se para em espelho reluzir-me.