Eu canto o canto da saudade;
Das infindas recordações;
Lembranças que são passageiras;
Neste luar do sertão amado.
A árida terra que me louva;
Numa eterna louvação;
Canto o cartar dos sertanejos
Sobre o luar desse sertão.
O calor que assovia o rachar da terra seca;
Trata-me com cantoria e bronzeia com carvão;
E os pássaros que aqui rodeiam;
Gorjeiam num bravo retumbante;
E, Eu olho para o céu escaldante;
Vejo um luz que me alumia;
Com raios fosforescentes dia após dia.
Sinto-me neste chão bruto um raiz;
Que nasce na luz do dia flores de sofreguidão;
E durmo na lua sem uma gota d'água;
Para molhar esse borra nesse bendito chão;
Desse terra abençoada com imenso torram.
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