Eu sou o que a vida abortou;
Sou o crepúsculo do entardecer tristonho;
Sou crucificado pelo sangue;
Sou o cálice que não querem ouvir-me;
Sou eu sofrido num vale de lágrimas...
Ah! deveria eu partir para o sul do norte;
Caminhar entre espinhos que queimam-me na carne que comem;
No banquete da lasciva das ilusões em sonho;
Matam-me brutalmente no impelir do sacro-santo!
Eu sou o véu que veste o céu de lua;
Aquele que grita em silêncio o que vê...
Sou o chorro contido nas lágrimas...
Sou o porquê de toda vaidade...
Algo que não mereço ter em mim...desabafo...
Na vida me encontro no meio das mortes de dor;
Alguém que paira no vácuo do destino;
Clamor que desnuda essa vida;
Porque não sei para onde ei de ir...
Talvez eu esteja satisfeito...
Pelo momento que apedrejam-me;
Matam-me, não tiram o pensar: Eu sou!
Sérgio Gaiafi |
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