sexta-feira, 12 de julho de 2019

ANJO MARCADO

Posso falar tudo que perpetua-se na minh'alma;
Mostrar-me vislumbrado no desejo de sentir;
Palavras que se cruzam no anoitecer em tardes;
Ao som das cigarras a barulhar anúncios;
Do chegar ao fim para o adentrar da noite.

Oh! como sinto-me feliz;
No palco desta vida infeliz;
Que habita n'alma as luzes;
Da ribalta em terra plena em mim;
Porque estou sempre contente;
Numa estranha mesa, no meio dela...
Parado como tábua de bater;
Feliz! Alegre! Contente!
Eu quero a mim;
Quem diz que não se quer;
É porque mente para o tudo.

Ah! se tudo for tão triste;
Digo pelos que deixaram-me...
Não são meus, são teus, vossos,,,
Mundo que nem eu quero ter;
Por não haver luz.

Os meus caminhos de longe;
Vejo-os na saudade das estradas;
Labirintos de areia e sal;
Em que posso ser se não eu mesmo;
Distante habitante d'alma;
A ilusão da poesia;
Que ao ser declamada;
mostra-se  em metáforas: Risos!

Quão feliz sou;
Infinitivamente eu posso;
E, assim, perpassar pelos campos;
Permitindo-me ao encontro;
Do viver sempre  feliz;
Por  causa de se estar;
Na andança da vida;
Num baile em movimento;
Em amor, os beijos dos pássaros...
Voarei sempre por mim, e irei...
Vivido! Cálido!
Nessa estranha partida.
Sérgio Gaiafi


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