quarta-feira, 10 de julho de 2019

AS VITRINES DA MINHA ALMA

Estou só no meu quarto com minhas imagens;
Espelhos em vitrines d'alma que clama em silêncio falante;
Casa minha, Imóvel imaterial..
A casa própria. Um prédio de arte déco...
Rua com ruídos, casa!
Gatos, aranhas, baratas, poeira, casa...
Com salas, janelas, portas, banheiro...
Copa-cozinha, quintal!
Ponho a ler um livro: A Metamorfose
Fran Kafka me inspira em suas palavras;
Inserto das coisas que poderão vir;
Ou talvez das que viram...
Sou meio Augusto dos Anjos
Com um morcego
E até mesmo, Florbella Espança...Amor!
Talvez essas coisas sejam irreais;
Imagináveis! Inteligíveis! surpreendentes!
Surpreendentes porque eu estou aqui, parado no incerto, certo!
Imagináveis pelo fato de ser a pessoa que vislumbra;
Corre pelos cantos sem olhar;
Vejo-os num lema de dilema em tema;
Minha vida com Charles...
Outros tantos que estão por vir, estão!
Inteligíveis porque o caso do acaso é o incerto;
Algo que desperta algo certo;
Numa hora que não há certeza;
O livro envolve-me e olho outros títulos;
Títulos dos quais ser-me-ão acalanto;
Repetidamente acalanto...ninar, dormir!
Lúcia chegou!
Delírio;
Eu vagueio pela casa na escuridão;
vela acesa na cabela dos meus olhos;
O livro já não é-me o despertar da hora;
Sentinela de medos sombrios, pavores tardios;
Telefone, toca!
Sonho, lembrança da fadiga que ponho-me a dormir...

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