CIDADE (Poema em homenagem para João Pessoa)

I
Cheguei com o vento;
Nasci em cantos mil...
Transformei-me com o tempo;
E o sol me vestiu de luz;
A lua me traduziu;
E me iluminou em poesia...

II
Sou o soneto que em prosa rima;
Sobre os rios Jaguaribe e Sanhauá;
As estrelas cantam meu cantar;
Sou o balanço do mar;
Sou as águas das lagos;
O verde das florestas;
A mata virgem que se esconde;
E renasce com encanto;
De cada canto da cidade, o enamorar...

III
Sou o caju, a manga, o abacaxi e o limão...
Sou terra, chuva, sol de verão;
Puser do sol em tardes...
Verão o ano todo;
Inverno por pouco;
Primavera em leque;
Outono como rubi;
Colorida em flores;
Abano refrescante para sonhar...

IV
Ah! pequenina morena;
Infante! Velhote! Adulto criança!
Sou cidade verde;
Eterno Esplendor;
Raios da Paraíba;
Sou de encantos mil;
Mágica para vós;
Que fulguras na terra amada;
Do povo no meu Brasil.

V
Sou a beleza sem igual;
Para nós: " Eterna Magia!"
Para vós: "Amada Magia!"
Já fui Filipeia...
Nossa Senhora das Neves;
Lá nos tempos do império;
Depois, Frederikstad ;
Como minha irmã Mauritsstadt;
No período da Nova Holanda;
Não esquecida pela história
Com Tapajaras, Arius, Cariris...

VI
Hoje, sou menina moça;
Paraíba, Mulher Macho!
Sou um colosso do Céu...
Seixas, Tambaú, Cabo Branco...
Agreste! Brejo! Sertões!
Mares que me vislumbram;
Verde que me aquece;
Flores que me perfumam;
Sou um lugar ao sol;
No torrente Nordeste;
Das terras do meu Brasil;
Que sempre figuras;
No universo dos bravos vultos;
Paraibanos a luz do meu país.

VII
Pelos índios, europeus, escravos...
Tornei-me uma cidade em cidades;
Povos do Brasil e irmãos paraíbas;
Que faz-me legado nas vertentes;
Crescentes somos unidos;
Desde do começo histórico;
Abraçando partes e vivenciando mártires;
Vultos paraibanos que não esquecemos;
Vidas de sol que se reconstrói;
Nas terra que produz o cantar dos pássaros;
O balanço das árvores e o retrato do Brasil;
Nas imagens declamadas em ritmos sem igual.