terça-feira, 27 de agosto de 2019

FOLHAS MORTAS

Olho para os teus olhos de folhas;
Vejo-o tênue e lancinante;
Buscando em mim uma miragem;
Um quatro em branco e preto;
Pintado no vácuo;
Onde possas banhar-me de folhar;
Para depois em pincéis o vendo te levar;
Sem destino para o mar;
Sinto-te na minh'alma;
Tua despedida vagante e lenta;
E no meu seio o surgimento da dor;
Por esqueceres de mim;
Ao desapareceres nas águas;
Do límpido oceano;
Deixando cá no chão;
Como folhas mortas;
Cobrindo-me de céu;
Quando as folhas que ficaram caem...
Elas caem do tronco do Ipê;
Sem respostas em sono o adormecer.

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